O setor de condomínios
cresce todo ano no Brasil (e no mundo) por um motivo simples: a vida em
comunidade fechada é mais segura. Todas as outras vantagens vêm, em geral, em
segundo plano quando comparadas a essa. Em uma cidade como São Paulo, Rio de
Janeiro ou Salvador, por exemplo, segurança está entre as três maiores
preocupações dos cidadãos. E quase sempre em primeiro lugar.
Criminosos, porém, são - infelizmente - atentos. Com o tempo, aprendem todas as
medidas que os condomínios criam para se prevenir contra roubos, assaltos e
coisas piores. Por isso, as medidas de segurança devem evoluir o tempo todo.
"Comunidades que usam o mesmo sistema de regras e medidas por muito tempo,
dois ou três anos, por exemplo, estão se expondo demais, correndo um risco grande",
aponta o policial militar reformado e hoje empresário do setor de segurança
privada, José André Bressan. "Em geral, estimamos que a criminalidade leva
menos de seis meses para se familiarizar com os novos sistemas e tecnologias
usados para proteção de condomínios", diz.
Isso não significa, porém, que todos os condomínios devem trocar tudo a cada
semestre. A estimativa de Bressan é uma média, mas serve mais como lembrete de
que manter as mesmas medidas durante muito tempo pode ser perigoso.
O ideal é que a administração esteja sempre em busca de inovações, que não
precisam ser absurdamente caras ou difíceis de conseguir. "'Reforçar
sempre que possível as medidas simples, como olhar para todos os lados antes de
entrar e sair pelo portão, por exemplo, é algo que poucos sabem da importância.
E, no entanto, esse é o meio mais comum e eficaz que bandidos conhecem para
entrar em um condomínio, com um refém que está para entrar ou sair do
local", cita Bressan.
A orientação constante é uma ferramenta poderosa. O que alguns condôminos podem
até considerar chato e repetitivo é o meio mais prático de manter na cabeça de
todos a maneira mais segura de viver em comunidade.
Segundo reportagem publicada no site da TV Bandeirantes, quadrilhas que fazem
arrastões sempre sabem quais apartamentos têm joias, cofres e dinheiro vivo.
Elas agem normalmente em grupos grandes, de sete a dez pessoas, nos horários de
pico (entre as 5h e 7h ou das 19h às 21h) ou nos finais de semana normais ou
prolongados. É comum também que os bandidos se passem por algum morador ou
visitante para entrar nos condomínios. "Segurança relaxada na portaria
está, portanto, fora de cogitação. É algo inadmissível", diz Bressan.
"Um assaltante liga para o condomínio e se passa por morador. Ele avisa que
chegará um carro de um parente ou visitante, e que a entrada deverá ser
autorizada. Quando eles chegam, o porteiro libera, eles entram, e dentro do
carro está o bando”, explicou o delegado à Band. Para Bressan, é um erro
permitir que condôminos liberem com antecipação a entrada de visitantes, pois
essa iniciativa dá margem a ações como a que o delegado descreveu.
Pode-se dizer que a
segurança de um condomínio se baseia em três fatores:
Humano
- a presença de funcionários da empresa de segurança e o treinamento dos
funcionários do condomínio para que saibam como evitar a entrada de pessoas
desconhecidas, aliadas ao treinamento dos condôminos para que aprendam a
importância de cumprir os protocolos e para que consigam, junto com os outros,
colaborarem com a segurança são princípios fundamentais.
Físico -
restringir acessos ao condomínio aumentando os muros, blindando as guaritas e
criando a clausura (processo em que a entrada de pessoas no condomínio é feita
por dois portões) também é de vital importância.
Eletrônico
- a instalação de cercas elétricas, alarmes e monitoramento remoto é algo que
não só ajuda em uma crise como torna o condomínio um alvo menos desejoso aos
criminosos, que sabem que o risco será muito maior.
Fonte: Licitamais
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